Publicado em: 17/05/2011 ás 10:53:47
Fonte: ClicHoje com Assessoria
Ao todo foram apreendidas 389 toras de diversas espécies, que estavam em várias esplanadas ao longo dos ramais abertos na floresta para a retirada da madeira ilegal. Próximo ao local da extração ilegal de madeira foi detectada também uma área de 1.126 hectares onde a floresta foi queimada.
Os responsáveis pela queimada e pela extração ilegal serão multados em R$ 8,9 milhões, terão as áreas embargadas e devem responder por crime ambiental na Justiça.
Perto da propriedade onde havia a exploração ilegal, dois caminhões carregados de madeira em toras foram apreendidos devido a diferenças entre os volumes e as espécies transportadas e os dados constantes das Guias Florestais apresentadas pelos caminhoneiros no momento da fiscalização. Os caminhões e a madeira que transportavam foram conduzidos para Sinop, onde estão depositados sob a responsabilidade da Gerência Executiva do Ibama no município.
A situação encontrada pela fiscalização ilustra bem a dinâmica da ocupação do solo feita de forma ilegal na Amazônia, primeiro vem a exploração seletiva de madeira, realizada sem critérios no que tange à conservação da área e que provoca grandes danos à floresta nativa.
Depois de esgotadas as árvores de interesse comercial, o desmatamento a corte raso é realizado, muitas vezes com o uso do fogo, uma vez que a floresta degradada se torna muito mais suscetível a incêndios, e em seguida tem início a produção agropecuária na área.
Outra situação característica do caso é o esquema fraudulento de comercialização de madeira ilegal, no qual documentos de áreas autorizadas para a exploração de madeira são utilizados para dar aparência de legalidade a madeiras oriundas de outras áreas, possibilitando a sua inserção no mercado. Para isso é necessário o envolvimento de pessoas de toda a cadeia produtiva, desde a extração e transporte da madeira ilegal, a emissão de documentos de transporte de áreas autorizadas que são fraudados até as empresas que recebem, beneficiam e comercializam o produto do crime ambiental.
É importante ressaltar que o desmatamento e a extração ilegal de madeira também estão diretamente ligados a uma série de outros crimes, como roubo de madeira, exploração de trabalhadores em condições análogas à escravidão, grilagem de terras, formação de quadrilha e sonegação fiscal, dentre outros.
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