Publicado em: 18/04/2011 ás 10:23:37
Fonte: Aline Dessbesell - ClicHoje

Entretanto, muito se fala em produtividade, valores, áreas, mas ainda são poucas as discussões sobre os valores nutricionais dos transgênicos.
Segundo a nutricionista clinica, da Clínica Revive de Sorriso, doutora Leonice Almeida, a vantagem nutricional de um Organismo Geneticamente Modificado – OGM, é de que ele permite, por exemplo, que seja “injetado” mais ferro em um alimento, como o trigo.
“Se eu tenho um paciente que precisa ingerir mais ferro, bem absorvível, ele vai consumir aquele alimento geneticamente modificado com maior teor de ferro”, explicou a profissional.
Só o OGM permite a inserção de vitaminas, por exemplo. O milho pode ser enriquecido com vitamina A, e só assim é possível que um alimento tenha mais vitamina do que ele teria caso não fosse geneticamente modificado.
“Eu sou a favor do consumo moderado, pois o nosso organismo tem autodefesas naturais para todos os alimentos que são absorvidos de forma moderada. Agora o consumo excessivo de todos os alimentos pode prejudicar a saúde, sendo transgênicos ou não”, disse Leonice.
A doutora explica que, até agora, está aprovado cientificamente que mesmo o consumo moderado de alimentos transgênicos pode provocar alergias em determinadas pessoas. Mas, estas reações alérgicas também podem aparecer ao consumir alimentos orgânicos.
No entanto, além das reações alérgicas, um alimento transgênico provocou modificações celulares, que causaram câncer, em consumidores que ingeriram grandes quantidades.
O alimento que provocou estas reações é a margarina, que foi modificada geneticamente nos anos 60, porém os estudos dos “trans” só surgiram 30 anos depois que iniciou-se o consumo.
“A margarina transgênica surgiu quando resolveram modificar os óleos vegetais em uma pasta, tudo feito em laboratório. Desta alteração genética nasceu a margarina. Trinta anos depois, concluíram os estudos de que este alimento trans poderiam causar modificação celular. Agora, outros alimentos da produção agrícola ainda estão em estudo, não há nada confirmado de que eles façam mal a saúde”, frisou.
Quanto a relação custo/beneficio, Leonice explicou que os transgênicos produzidos em maior escala são repassados aos consumidores por um preço mais em conta. Um exemplo são os grãos, que são mais resistentes a doenças, bem como podem ficar estocados por mais tempo sem riscos de desenvolver fungos e/ou bactérias.
Perguntada se é a favor ou contra aos transgênicos, a nutricionista preferiu ficar “em cima do muro”. “Sei que há duas correntes, pró e contra, prefiro aguardar os resultados de pesquisas, pois não posso me antecipar, até porque existem vantagens e desvantagens”, finalizou.
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